O que parecia muito difícil antes de a bola rolar se tornou tranquilo com ela dentro das quatro linhas. Não sem sustos, é verdade, mas com certa facilidade, o Cruzeiro bateu a Universidad de Chile, em Santiago, por 2 a 0, gols de Bruno Rodrigo e Samudio, ambos na primeira etapa.
Com maturidade, virtude até então ausente na Libertadores, o time comandado por Marcelo Oliveira venceu sem grande sofrimento e jogou por terra as projeções de fiasco, ainda nesta quinta-feira, do atual campeão brasileiro na competição mais importante do continente. Nem mesmo a presença e o apoio maciço dos torcedores chilenos abalou o time brasileiro, que chegou muito pressionado para a partida, mas mostrou confiança, experiência e qualidade para continuar bem vivo na Libertadores.
Para não depender de ninguém na última rodada, o Cruzeiro, com sete pontos, precisa vencer o Real Garcilaso, no Mineirão, por três gols de diferença. A equipe peruana tem três e já chega para a partida eliminada. Triunfo por um ou dois gols ainda garante a Raposa nas oitavas, desde que o Defensor, do Uruguai, que tem dez pontos, vença ou empate com La U, que tem nove, em Montevidéu. Aos chilenos só a vitória interessa para a equipe avançar, ou então torcer por um tropeço do Cruzeiro, em Belo Horizonte. As duas partidas serão na próxima quarta-feira, às 22h (de Brasília).
Santiago ou BH?
Pintadas de azul, cores da Universidad de Chile e também do Cruzeiro, as arquibancadas do Estádio Nacional, em Santiago, poderiam ser facilmente confundidas com as do Mineirão, ainda mais se levado em conta o futebol apresentado dentro de campo. Como só a vitória mantinha a Raposa viva na Libertadores, a equipe de Marcelo Oliveira tratou de tomar conta das ações e ignorar o adversário dentro de campo, e também os mais de 30 mil torcedores presentes no estádio.
Com personalidade e maturidade, virtudes que vinham faltando ao atual campeão brasileiro, o Cruzeiro não demorou a achar o caminho das redes. Aos 16, Éverton Ribeiro bateu falta da intermediária e encontrou Bruno Rodrigo, no meio da defesa, para testar firme e vencer Jhonny Herrera. A bola ainda tocou no travessão antes de entrar.
O gol não causou impacto aos torcedores, que continuaram a incentivar a equipe da casa, mas a esta altura já estava nítida a inferioridade técnica dos donos da casa. Defendendo com tranquilidade, o Cruzeiro só pecou ao dar muito espaço ao rival, que por duas vezes perdeu chances nítidas. Na primeira Bruno Rodrigo tirou com Fábio já vencido, e a outra passou muito perto em chute de Rubio que foi para fora.
Mas em uma de suas melhores virtudes, o contragolpe, o Cruzeiro ampliou. A bola passou por Lucas Silva, Dagoberto e Ricardo Goulart, até chegar a Samudio, que bateu rasteiro para fazer 2 a 0, aos 39. No último minuto da primeira etapa, Fábio ainda apareceu para salvar e garantir a vantagem em chute à queima-roupa de Cereceda.
Com boa vantagem no placar, o Cruzeiro passou a tentar usar ainda mais os contra-ataques. Marcelo Oliveira retraiu ainda mais o time ao trocar Goulart e Ribeiro por Souza e Luan, respectivamente. A outra alteração, o veloz Willian por Dagoberto, ainda rendeu à equipe ficar com um jogador a mais, já que Caruzzo recebeu o vermelho direto por entrada no camisa 17.
No desespero, a Universidad de Chile até tentou, mas as melhores oportunidades ainda eram da Raposa. Júlio Baptista e Souza obrigaram Herrera a impedir o placar mais dilatado. Willian, numa linda cobertura venceu o goleiro, mas parou no travessão.
No fim, o lateral Samudio, um dos melhores em campo, recebeu o vermelho para deixar os times com o mesmo número de jogadores em campo. Mas foi só nisso que os chilenos conseguiram a igualdade, já que prevaleceu a experiência do Cruzeiro, mais vivo do que nunca na briga pelas oitavas de final da Libertadores da América.
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